Sei que para passar no funil dos concursos públicos, a prova tem que ser cada vez mais elaborada, senão todo mundo passa. Imagine que os 70.000 inscritos para a capital sejam aprovados? O próximo concurso seria somente daqui a 20 anos.
Por esse motivo, as bancas cada vez mais elaboram as provas com dificuldades a serem ultrapassadas pelos concurseiros. E eu pergunto: Até que ponto o conteúdo pode ser considerado condizente com o cargo?
Quem está estudando Direito Processual Penal, já se deparou com o artigo 581, que trata de recurso em sentido estrito. Vocês sabiam que esse conteúdo é dado, em média, no quarto ano do curso de direito? Não tenho propriedade para falar sobre todas as universidades, até porque não fiz pesquisa, mas se em uma universidade é assim, nas outras não deve ser tão diferente. Uma outra situação que confirma que há uma sobrecarga de matéria para o concurseiro é fato de vários concurseiros formados em direito afirmarem que o que viram no edital é superior ao que aprenderam na faculdade.
É uma sobrecarga muito grande e eu não estou me referindo a concursos de ensino superior, estou falando deste de escrevente mesmo. Será que há tanta necessidade de aprofundar tanto? Tá, eu estou reclamando à toa, pois no caput deste texto eu mesma já afirmei que isso é necessário para pinçar os melhores.
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