sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Um dos motivos para prestar concurso

Quem acompanha meu blog já deve ter percebido que eu tenho uma enorme aversão por empresas privadas. Não é que eu queira "me encostar" ou "mamar nas tetas do governo" como muitos pensam. Longe de mim. Sempre fui batalhadora. Fazia faculdade, trabalhava, fazia curso, chegava em casa, lavava roupa, passava e me restava uma pequena quantidade de sono. E, acredite, eu estava feliz com isso.

Só que por mais que eu tentasse, sempre tinha alguém para me prejudicar ou puxar o meu tapete. Não estou me fazendo de vítima e colocando a culpa nos outros, mas eu nunca entendi por que as pessoas tinham que se ocupar de mim. Passei por situações que eu nunca entendi o motivo. Parece que eu atraio pessoas desocupadas. Fico me perguntando, será que na casa dessas pessoas não tem louça ou roupa para lavar? Pois eu mal consigo dar conta da minha vida e jamais conseguiria dar conta da vida alheia. É aquela velha história: na iniciativa privada seus esforços podem ir ralo abaixo, caso alguém não vá com a sua cara. E na iniciativa pública, tudo depende de você. É óbvio que se alguém não for com a sua cara, pode até puxar o seu tapete, mas isso, no máximo, vai causar alguns dissabores, como você ser transferido ou ser prejudicado em alguma coisa, mas raramente causará sua demissão.

Porém, não é disso que eu quero falar, mas da consequência disso. Essa demissão causa o quê? Entrevista de emprego. E a entrevista de emprego, hoje em dia, não avalia também sua capacidade. Já saí de entrevistas em que eu não fui bem e percebi que o outro candidato realmente mereceu a vaga, mas também, já saí de entrevistas em que fui preterida porque a outra candidata era loira de olhos verdes ou porque o outro candidato já havia viajado para o exterior para estudar, mesmo que isso não tenha relevância para a vaga. Eu não considero que o RH está ali para ser justo. Uma amiga minha que foi indicada para um cargo, foi extremamente humilhada pela pessoa do RH, que disse coisas do tipo "Você sabe que para esse cargo, você tem que ter morado fora, né?"; "Você sabe que não está no perfil, né?"; "Você sabe que tem que ter inglês fluente, né?". E não necessitava de nada disso. Era uma vaga simples, para primeiro emprego. Como ela foi indicada, ela reportou à diretora o que aconteceu e a moça do RH foi repreendida. Depois foi avaliada de forma coerente com a vaga e foi aprovada. O RH cria barreira onde não existe.

E para fugir de perguntas idiotas ou de empecilhos que não deveriam estar ali, estou lutando por uma vaga no governo. Não quero dinheiro de mão beijada, quero trabalhar muito, mas com a certeza de que meu esforço terá retorno para a empresa e para mim.




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